terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

URT mantém tabu sobre o Mamoré

Já se vão sete anos que o Mamoré não consegue derrotar seu maior rival, a URT. Neste domingo, o Trovão Azul completou quatro jogos sem perder o dérbi ao vencer por 2 a 0 a partida de abertura do Módulo II do Campeonato Mineiro, no Estádio Bernardo Rubinger. Coincidentemente, os dois entrevistados na reportagem publicada na última sexta-feira pelo Arquirrivais foram os autores dos gols. Ditinho, o maior artilheiro da história do clássico, deixou sua marca. E Robinho, que começou no banco e entrou no lugar de Ditinho, sacramentou a vitória celeste.

O jogo

Até levar o primeiro gol, aos 35min do segundo tempo, o Mamoré esteve sempre no domínio da partida. No primeiro tempo, apesar do jogo truncado, foram pelo menos três oportunidades para o Sapo. O lance capital da etapa aconteceu já nos minutos finais. Adriano fez falta dura em Bruno Morais e os ânimos se acirraram. Armou-se uma grande confusão e, depois de tudo 'voltar ao normal', O árbitro Alício Pena Júnior expulsou Adriano, da URT, e Esquerdinha, do Mamoré. No entanto, o experiente meia do Sapo nada tinha a ver com a confusão: o mais exaltado do lado verde era o zagueiro André Alagoano.

No intervalo, o treinador mamorense Luiz Eduardo fez os devidos ajustes à equipe, que voltou ainda melhor para o segundo tempo. Comandado por Bruno Morais, Matheus Lucena, Luiz Müller e Washington (os dois últimos entraram na etapa final), o ataque do Sapo criou várias oportunidades de gol, mas deu um show de má pontaria. Enquanto isso, o goleiro uerretense Leonan ia se consagrando como o melhor jogador da partida.

A URT, até então se defendendo com unhas e dentes e tímida no ataque, chegou ao seu grande momento aos 35min, quando Ditinho recebeu na direita, carregou para o meio e bateu para o gol. A bola desviou nas costas de Josimar e foi morrer no fundo do gol de Leandro. Atordoado com o baque sofrido, o Mamoré teve a chance do empate com Matheus Lucena, que chutou a bola pouco acima da meta de Leonan.

Já aos 44min, no contra-ataque, a URT fechou o caixão verde-e-branco: Filhão cruzou da direita e os defensores Peterson e Josimar apenas observaram a antecipação e a conclusão de Robinho: 2 a 0. Josimar ainda seria expulso, um minuto depois, por entrar deslealmente, por trás, no autor do segundo gol.




Ficha Técnica:

MAMORÉ 0X2 URT

Módulo II do Campeonato Mineiro 2011 - 1ª Rodada - Grupo A

MAMORÉ: Leandro, Peterson, Josimar, Diego (Luiz Müller) André Alagoano, e Bruno Morais; Rudson (Indinho), Leandro Guerreiro, Esquerdinha e Matheus Lucena; Niltinho (Washington). Treinador: Luiz Eduardo

URT: Leonan, Diogo, Bill e Iago (Léo); Filhão, Thiago Santos, Hugo, Celinho (Paulinho Belém) e Ranner; Ditinho (Robinho) e Adriano. Treinador: Zezito

Gols: Ditinho, aos 35min, e Robinho, aos 44min do 2º tempo

Cartões Amarelos: Rudson e Matheus Lucena (Mamoré); Bill, Ranner, Hugo e Ditinho (URT)
Cartões Vermelhos: Esquerdinha (Mamoré) e Adriano (URT)

Árbitro: Alício Pena Júnior, assistido por Júnior Antônio da Silva e Giancarlo Machado

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Prévia de Mamoré vs URT, o maior clássico do interior de Minas Gerais

Neste sábado, às 17h, acontece na cidade de Patos de Minas o maior clássico do interior do estado. Mamoré e URT se enfrentam no estádio Bernardo Rubinger, pela rodada de abertura do Módulo II do Campeonato Mineiro. Esta será a primeira cobertura in loco do Blog Arquirrivais.

A seguir, um rascunho da página que deve ser publicada amanhã pelo Jornal Folha Patense (clique sobre a imagem para visualizá-la melhor). São entrevistas com experientes e jovens esperanças de ambos os times para o tão esperado dérbi: Esquerdinha (ex-São Caetano e Seleção) e Washington, pelo Mamoré; e Ditinho (maior artilheiro da história do clássico, com 7 gols) e Robinho pela URT.



segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ba-Vis Inesquecíveis

Bahia 1x1 Vitória - Campeonato Baiano - Agosto de 1994

Até hoje, nenhum Ba-Vi levou mais gente ao estádio do que na decisão do Estadual de 1994. Naquele dia, 97.240 pessoas foram à Fonte Nova e viram um grande jogo. Defendendo o título, o Bahia havia começado o campeonato de forma pífia, incluindo duas humilhantes derrotas por 4 a 0 para o arquirrival Vitória. Mas o Tricolor se recuperou e foi à decisão contra o Rubronegro, precisando de um empate para se sagrar bi-campeão. Após começar perdendo, o gol salvador do Bahia só veio aos 46min do segundo tempo, por intermédio de Raudinei. Veja os lances dessa partida emocionante:





Bahia 5x6 Vitória - Campeonato Baiano - abril de 2007

Um dos maiores Ba-Vis de todos os tempos. A partida era válida pela primeira rodada do Quadrangular Final do Estadual. Durante o jogo, foram três viradas no placar (duas a favor do Vitória e uma a favor do Bahia), além de um empate tricolor aos 44min do segundo tempo, que cravou 5x5 no placar da Fonte Nova. Mas o Vitória tinha Índio, que marcaria seu quarto gol no jogo, dando a vitória para o Leão. Os 'deuses do futebol' pareceram prever que seria o último Ba-Vi na velha Fonte Nova, que, depois da tragédia de 26 de novembro de 2007, seria interditada e, três anos depois, demolida.



Bahia 3x0 Vitória - Final do Campeonato Baiano - Agosto de 1988

No ano que que o Bahia se sagrou campeão brasileiro pela segunda vez em sua história. o time também foi tricampeão estadual. O vídeo mostra os gols da partida, mas também a pancadaria que ocorreu quando o placar já estava definido. Um episódio que ficou marcado negativamente na história dos Ba-Vis. Os gols da partida foram marcados por Pereira, Renato e Osmar. Veja a reportagem sobre a decisão.




Vitória 2x1 Bahia - Decisão do segundo turno do Estadual - 1999

O primeiro turno teve como campeão o Bahia. Se o Tricolor ganhasse o jogo, sagrava-se vencedor do campeonato baiano daquele ano. E o time começou na frente logo nos primeiros minutos com Lima cobrando falta. Com essa resultado parcial, o Barradão ficou aflito. Mas o Leão conseguiu uma virada sensacional com dois gols também de bola parada. O nome do artilheiro: Petkovic! O triunfo do Vitória prorrogou a decisão do Estadual. Veja como foi narrada essa história.



Por Murilo da Luz e Diogo Rodrigues

sábado, 15 de janeiro de 2011

Ba-Vi, o maior clássico do Nordeste

O ano de 2010 com certeza ficará marcado na história do maior clássico baiano. E não será pelos confrontos que ocorreram ao longo da temporada, mas pelo desfecho que cada time teve. Enquanto o Bahia conseguiu voltar para a elite do futebol nacional depois de sete anos, período em que visitou inclusive a Série C do Brasileirão, o Vitória, embora tenha lutado até a última rodada, não conseguiu se sustentar pelo quarto ano consecutivo na primeira divisão. Por esse motivo, o dérbi do estado da Bahia ficará pelo menos mais um ano sem ser disputado pelo Campeonato Brasileiro. A rivalidade se acirrou ainda mais no ano que passou devido à unificação dos títulos nacionais pela CBF, que tornou o Bahia bi-campeão brasileiro, contra nenhum título do arquirrival. Uma motivação a mais para ambos os times entrarem com garra para vencer as competições.

“Eu sou um nome na história”

O Esporte Clube Vitória foi fundado em 13 de maio de 1899, sendo um dos primeiros clubes do país a iniciar a prática do futebol. O nome tem origem no Corredor da Vitória, localizado no bairro Vitória, um dos mais nobres de Salvador.

O clube iniciou suas atividades no esporte para disputar o críquete, mas em 1902 se abriu para outras modalidades, como o futebol. No entanto, o Vitória só se profissionalizou na década de 50 e, a partir daí, se tornou o maior rival do Bahia. O time tem suas maiores conquistas nas últimas duas décadas e hoje em dia conta com aproximadamente 2,3 milhões de torcedores.

“Ninguém nos vence em vibração”

Muitos anos mais tarde que o rival, vários anos antes para o futebol profissional, nasceu em 1º de janeiro de 1931 o Esporte Clube Bahia. O clube surgiu da fusão da Associação Atlética da Bahia e do Clube Baiano de Tênis. Levando a bandeira do estado no centro, seu escudo foi baseado no distintivo do Corinthians, de São Paulo. O Bahia tem 43 estaduais no currículo, mas sua primeira grande conquista foi a Taça Brasil de 1959. O time enfrentou o Santos na final do primeiro torneio a nível nacional realizado no Brasil. A vitória lhe concedeu o direito de ser o primeiro clube brasileiro a disputar a Taça Libertadores da América, em 1960. O Bahia voltou a ser campeão brasileiro em 1988, vencendo o Internacional de Taffarel na decisão.

Torcidas

Como temos visto na maioria dos clássicos regionais brasileiros, no estado da Bahia, a rivalidade também está presente quando o assunto é renda. Por ter sua origem de um bairro nobre de Salvador e também pelo começo como clube de críquete, o Esporte Clube Vitória ostenta o título de time de elite. Embora atualmente essa diferença esteja dissolvida, o rótulo ainda existe.

Já o seu arquirrival, tendo um nascimento mais tardio e sendo um clube que priorizou o futebol, tem a maior torcida do nordeste, de acordo com pesquisas do Ibope, e se orgulha em ser o time das massas, o time do povo. Tão verdade que uma de suas torcidas organizadas leva o nome de “Povão”.

A rivalidade

Considerado o maior clássico da região Nordeste, o primeiro confronto entre os clubes aconteceu no dia 18 de setembro de 1932 e terminou com triunfo tricolor: 3 a 0. Claro que, de certa forma, os resultados interessam a partir de 1953, ano que o Vitória ganhou seu primeiro campeonato como profissional, um Estadual, justamente em cima do Bahia.

A maioria dos Ba-Vis era disputada no Estádio Octávio Mangabeira, a Fonte Nova, que pertencia ao governo estadual. Mas o principal palco do dérbi foi demolido em agosto de 2010 e, no seu lugar, será construída uma arena multiuso, uma das sedes para a Copa do Mundo de 2014.

Em 1988, com a conquista do segundo título nacional do Bahia, os tricolores esperavam selar de vez a hegemonia no estado, mas não foi isso que aconteceu. A construção do Estádio Barradão pelo Vitória dois anos antes, em 1986, fez com que a hegemonia mudasse de lado. O rubro-negro conseguiu conquistar o Tetracampeonato Nordestino e ser bi-tetra-campeão baiano.

As equipes já disputaram 27 finais de Campeonatos Baianos, dos quais o Bahia venceu 15, contra 12 do rival. Entretanto, o Vitória tem uma vantagem recente: levou as últimas cinco decisões-clássicos. A última vez que o Tricolor se deu melhor sobre o Rubronegro em uma final foi em 1998. O Bahia, aliás, luta por dar fim a um jejum de 10 anos sem títulos estaduais. Desde a fundação do Tricolor, em 1931, o título não foi parar no Barradão ou na Fonte Nova em apenas 14 edições.

Além das 27 decisões estaduais em Ba-Vis, houve uma, em 1999, em que aconteceu apenas o primeiro jogo. Após perder por 2 a 0 na Fonte Nova, o Vitória tinha o direito de escolher o campo em que disputaria a partida de volta, mas o Bahia, numa ação judicial, conseguiu fazer com que as duas partidas fossem disputadas no seu estádio. O Vitória não concordou e, no dia da segunda partida, cada time foi para um estádio, ambos celebraram W.O. e se consideraram campeões. Em 2002, a Federação Baiana declarou que nenhum dos clubes tinha direito ao título, mas voltou atrás e, em 2005, os dois clubes foram considerados campeões.

Historicamente, o Vitória é freguês do Bahia: em 437 jogos disputados até hoje, são 175 vitórias do Tricolor e 133 do Leão. No entanto, a última década foi favorável ao Rubronegro: 18 vitórias, 16 derrotas e 19 empates. Antes disso, apenas nos anos 60 o Vitória havia levado vantagem decenal nos confrontos contra o Tricolor.

Apesar do retrospecto recente, há cinco anos (nove jogos) o Bahia não perde para seu arquirrival no estádio Manoel Barradas, o Barradão. Esse fato fez com que a torcida tricolor apelidasse o campo do rival de “BarraDisney”. E o primeiro Ba-Vi de 2011 acontece lá, pelo Campeonato Baiano, no dia 6 de fevereiro.

Números do confronto:


Por Murilo da Luz e Diogo Rodrigues